sexta-feira, 11 de maio de 2012

OBJETIVOS E EXPECTATIVAS DE LEITURA

UNIP – Universidade Paulista 
Resenha
Livro Texto e Leitor
Aspectos Cognitivos da Leitura
 
Autora Angela Kleiman

Capítulo 2. Objetivos e expectativas de leitura

O capítulo um do livro de Angela Kleiman (“O conhecimento prévio na leitura”) tratava do conhecimento mútuo entre leitores e autor.
O segundo capítulo, sob o título de “Objetivos e expectativas de leitura”, analisa minuciosamente a relação mais íntima entre autor e leitor.  Encara o texto, não como algo estático, de propósitos e finalidades inanimadas e incapazes de sofrerem transformação, mas sim como algo vivo, maleável, que depende tanto de seu nascimento por parte daquele que o escreve, como também dos passos futuros que dará na mente de quem o lê.


Logo no início do capítulo, Kleiman nos brinda com uma citação de Virginia Woolf: “O único conselho, de fato, que uma pessoa pode dar a outra sobre leitura é o de seguir conselho nenhum, seguir seus instintos próprios, chegar a suas conclusões próprias”. 
Partindo desse trecho, a autora expõe experiências e argumentos para explanar o aspecto individual de cada leitura. Assim, o sentido do texto dependerá do conhecimento prévio, bem como da vivência de mundo pertencente ao leitor.
 
Mas o que nos faz assimilar ou não detalhes e informações de um determinado texto?
Segundo a autora, para que possamos obter um aproveitamento melhor de uma leitura, devemos impor a ela um objetivo. Delinear um objetivo é despertar nossa atenção seletiva, fazendo-nos focar em determinados aspectos e descartar os demais.
 
Portanto um mesmo texto pode ter sua compreensão parcialmente ou totalmente modificada dependendo do objetivo do leitor. Kleiman em relação à compreensão apresenta uma experiência em que um texto contendo a descrição de uma casa deve ser lido por dois grupos, um com a finalidade de comprá-la e outro de roubá-la. Ao final da leitura, cada grupo deve fazer um levantamento com os detalhes assimilados. Os dois grupos apresentam detalhes completamente diferentes, uma vez que seus objetivos iniciais eram diferentes.


Essa capacidade de estabelecer objetivos na leitura, assim como o controle e regulamento do conhecimento próprio, é chamada de metacognitiva. Ao longo dos anos vamos aprimorando tal capacidade. É ela que nos permite avaliar, por exemplo, o tempo que disponibilizaremos para realizar uma atividade. 
Após o apontamento do ou dos objetivos da leitura temos a formulação de hipóteses. Para Kleiman, “o leitor engajado testa suas hipóteses”. Ou seja, assim que começamos a leitura de um texto, primeiro nos perguntamos qual o propósito de fazê-la. A seguir levantamos uma série de hipóteses respaldadas pelo conhecimento que temos acerca do assunto, autor e contexto.  No decorrer da leitura, testamos qual hipótese permanecerá ou será descortinada.
 


Encontra-se aí a diferença entre um leitor maduro e uma criança em fase de alfabetização. A criança apenas decodifica palavras, enquanto o leitor maduro submete a um conhecimento global da língua e interpreta-as, banhadas em sua vivência.
Desta maneira podemos então questionar se o surgimento das hipóteses se dá apenas quando possuímos prévio conhecimento sobre o assunto. Para derrubar esse questionamento, a autora expõe outra experiência: Leitores são submetidos à leitura de um texto sem que o autor seja conhecido e sem explicações sobre a temática. A primeira sequência do texto leva o leitor a crer que se trata de uma descrição de manifestação popular. Para exemplificar segue-se então, um trecho sobre uma aterrissagem. Por fim o autor volta a citar elementos representativos de manifestação popular. Quando questionados sobre o trecho da aterrissagem, os leitores demonstraram não se lembrar dele.
 
Assim, logo no início da leitura uma hipótese foi lançada, ainda que testada posteriormente em uma pequena frase, a mesma hipótese foi reforçada ao final do texto. A atenção do leitor descartou então, o que não julgava necessário para o entendimento do mesmo.


Através das páginas de Angela Kleiman, sentimo-nos convidados a valsar a velha dança entre texto e leitor, em que não há apenas um condutor, mas sim uma sucessão de passos, hora previsíveis, hora imprevisíveis. Coreografados ou espontâneos. Tímidos ou espalhafatosos. É possível remeter então, às vezes em que ao iniciarmos uma leitura, não nos sentimos envolvidos, não nos entregamos a essa dança, não desafiamos nossos passos e por fim desistimos ou dizemos não ter entendido ou apreciado. Passa-se um tempo e ao tentar retomar a leitura, caímos suavemente na valsa. Conduzimos e somos conduzidos e não podemos compreender porque não aconteceu antes. 
Ora não éramos os mesmos, nesse espaço de tempo, algo sucedeu-nos para nos colocarmos em compasso com a sincronia dessa dança.


Por Camila Capps
      Maria Valéria
      Fanuel Ferreira
 
      Giane Estevan
      Ariana Cavalheiro.

4 comentários:

  1. É interesante as citações da autora, faz com que o leitor entre neste novo universo,ela compartilha suas ideias e propostas, sentimo-nos convidados a entra e contemplar as mais diversificadas maneiras de interagir com os exemplos propostos.

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  2. A questão que é levantada neste texto é muito interessante. A Relação com a interpretação textual está ligada inteiramente no que está sendo discutido. Muito bom!

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  3. Ao ler, nosso cérebro automaticamente lembra de algo que está incluso em nosso conhecimento textual, linguístico e de mundo, facilitando nosso entendimento. A interpretação é indivídual, pois cada um possui conhecimentos prévios específicos.

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  4. Quando lemos este capitulo sentimo-nos mais autônomos nas nossas ideias pois observamos que temos a capacidade de criar um próprio sentido para o que lemos. Afinal, cada pessoas tem seu conhecimento de mundo que é bastante de diferente do outro. Ninguém sabe as mesmas coisas que ninguém e mesmo que soubesse ele entende de uma maneira bem particular.

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